Bianca Borges, estudante de Letras do IFSP, assume a presidência da UNE e liderará o movimento estudantil pelos próximos dois anos. A jovem paulista, eleita com 82,62% dos votos, priorizará a defesa da soberania nacional e o combate ao extremismo, em um momento de tensões entre Brasil e EUA.

A renovação do comando da maior entidade estudantil da América Latina ocorre em um período crítico, marcado pelo estremecimento nas relações com os Estados Unidos (EUA) após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump.

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No dia 1º de agosto, data de início das tarifas, a UNE iniciará mobilizações de rua em defesa da soberania nacional.

"A UNE nasceu em 1937, na batalha contra o nazifascismo... Nesse momento, que nosso país está sendo flagrantemente atacado, sabotado pela extrema direita, não poderia ser diferente", afirma Bianca Borges.

A presidenta eleita destaca a importância de construir um projeto de educação e reforma universitária popular em um cenário de subjugação do país por potências estrangeiras. Ela critica o 'falso patriotismo' da extrema-direita e convoca a população a se manifestar contra o tarifaço, que pode afetar os trabalhadores brasileiros.

Trump justificou o tarifaço citando o ex-presidente Jair Bolsonaro e exigiu anistia ao mesmo, o que gerou forte reação na sociedade civil.

Congresso da União Nacional dos Estudantes, realizado na UFG. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Unidade do movimento

A eleição da nova direção da UNE, com 90 representantes, marca uma unidade histórica do movimento estudantil. A chapa de Bianca Borges, representando a ala majoritária, foi eleita com 82,62% dos votos, reunindo representações partidárias ligadas ao PCdoB, PT, PSB, PDT e PSOL.

"O Conune veio com esse chamado forte de aliança", ressalta Bianca Borges.